DICAS PARA A CONSTRUÇÃO DO PLANO EDUCACIONAL INDIVIDUALIZADO (PEI)

 CONSTRUÇÃO DO PLANO EDUCACIONAL INDIVIDUALIZADO (PEI)

DE ___________________________________________

(NOME DA CRIANÇA/DO ADOLESCENTE)

Antonio Áthyllas Lopes de Oliveira

Psicopedagogo

 

I – Coleta de informações

 

Quem faz: Equipe da escola (psicopedagogo ou neuropsicopedagogo ou pedagogo ou professor especializado em educação especial) ou pedagogo ou psicopedagogo ou

 neuropsicopedagogo externo à escola (mas que trabalhe em articulação com ela durante o processo de construção do PEI)

 

1º Contar com informações da família e de outros locais que a criança/o adolescente frequenta (igreja, kung-fu, reforço escolar, curso de inglês, futsal...)

Como pedir essas informações a família

Colégio ________________________

Setor de Psicopedagogia

Mensagem à família

Prezada família, cumprimentos.

Zelando pela confiança na qualidade de nosso trabalho educacional, vimos reforçar a parceria para o bem-estar e desenvolvimento de ____________________________, nos âmbitos acadêmico, pessoal e social.

Por entender que a aprendizagem de uma pessoa se dá em um processo rico e dinâmico, nosso olhar deve ser para além das notas. É preciso reconhecer que, para aprender, o ser humano depende de diferentes dimensões:

·         Neurobiológica, que diz respeito a estrutura corporal, a maturação biológica, o sistema nervoso.

·         Psicológica, que diz respeito aos âmbitos comportamental e emocional, envolvendo acolhimento, tranquilidade, um positivo lidar com sentimentos, emoções, autoestima, melhor conhecer a si mesmo, relacionar-se bem com outros, fobias, traumas. 

·         Afetividade.

·         Metodológica/Pedagógica, que diz respeito às estratégias e recursos com vistas a aprendizagens requeridas, importantes para a pessoa vivenciar, aprender, desenvolver.

É assim que poderemos compreender melhor o perfil de seu(sua) filho(a), como ele(ela) aprende; suas aptidões, dificuldades, necessidades, capacidades. Dessa maneira, poderemos...

1.      investir com maior qualidade naquilo que já está bem, no que já vem dando certo, para manter a boa performance, enriquecer e desenvolver aptidões e capacidades.

2.      ajudar seu(sua) filho(a) a prevenir dificuldades.

3.      ajudá-lo(a) no caso de necessidade de atendimento educacional especializado.

Essas diferentes dimensões que influenciam o processo de aprendizagem não podem ser analisadas somente pelo professor, coordenador, psicopedagogo, diretor, que não têm formação e habilitação profissional para avaliar, diagnosticar, realizar intervenção terapêutica no âmbito da Saúde (como nas dimensões psicológica e neurobiológica, que competem ao psicólogo e ao neurologista, respectivamente). Haverá ocasiões em que não se poderá avançar na aprendizagem somente com o interesse, o esforço da escola, mas será necessária a participação de profissionais como um neurologista, psicólogo, psiquiatra, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional.

Falar nessas diferentes dimensões e nesses diferentes profissionais só enriquece o nosso trabalho: com o olhar especializado deles, conhecemos seu filho de maneira mais assertiva, qualitativa, evitando erros de compreensão que poderiam trazer prejuízos para nossos alunos.

Nosso trabalho requer seriedade. Impressões infundadas, julgamentos (...), nada disso contribui. Queremos um trabalho responsável, com qualidade, para entrarmos em campo com o que melhor sabemos fazer: trabalhar o processo de aprendizagem de crianças e adolescentes, promovendo-lhes bem-estar e desenvolvimento, acadêmico, pessoal e social.

Por isso, ressaltamos a importância da família para, quando oportuno, procurar os profissionais especializados que realmente podem avaliar e contribuir. Assim, a escola terá condições de contribuir para o processo de aprendizagem de seu(sua) filho(a), nossa maior intenção.

Neste momento, nosso foco é a elaboração do Plano Educacional Individualizado (PEI) de ___________________________________. Um documento de fundamental importância, que requer informações que nos permitam conhecer melhor o perfil de seu(sua) filho(a), suas aptidões, capacidades e necessidades. Somente assim poderemos compreender melhor e traçar estratégias mais assertivas. Contamos com você(s), família!

***

Informações solicitadas

a)      Perfil da criança/do adolescente: características de preferências, modos pelos quais gosta de aprender, comportamento (se é extrovertido ou não, organizado ou não, se obedece a normas ou não...).

b)      Histórico de aprendizagem (desde quando fala, anda, come só; quando aprendeu a ler (...); fatos marcantes de seu desenvolvimento, aprendizagem; pessoas marcantes em seu processo de aprendizagem.

c)      Parente(s), vizinho(s) (...) com quem a criança/o adolescente gosta de estar, conversar.

d)      Aptidões, interesses da criança/do adolescente.

e)      Capacidades que você(s) vê(veem) na criança/no adolescente.

f)       Dificuldades que você(s) vê(veem) na criança.

g)      Necessidades que você(s) vê(veem) que a criança/o adolescente tem (O que ele/ela precisa aprender, o que se precisa trabalha com ele/ela).

 

Ipu (CE), ___ de _____________ de 2023

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 2º Contar com informações de profissional(is) que atende(m) a criança/o adolescente (psicólogo, terapeuta ocupacional, neurologista, fonoaudiólogo...)

Como pedir essas informações

Prezado(a) ______________________ (Dr./Drª, Sr./Srª), cumprimentos.

O Colégio______________________ vem, respeitosa e esperançosamente, solicitar sua participação na produção do Plano Educacional Individualizado (PEI) do aprendente ______________________________, atendido terapeuticamente por você.

O PEI é um documento produto de colaboração conjunta, cujo objetivo é compreender melhor o aprendente em seu perfil, aptidões, capacidades, dificuldades, necessidades. Por ele, podemos contribuir, enquanto escola, para seu bem-estar e desenvolvimento, nos âmbitos acadêmico, pessoal, social.

A seguir, segue layout do PEI que utilizaremos:

 

MODELO DE PLANO EDUCACIONAL INDIVIDUALIZADO (PEI)

Antonio Áthyllas Lopes de Oliveira

Psicopedagogo



Nome do aluno:                                                     

Idade:                                    Série:                                  Turno: .

Data do planejamento:    

Período de sua vivência:

Responsáveis pela elaboração:

Contextualização do Plano Educacional Individualizado (O perfil do aprendente, breve histórico de seu processo de aprendizagem e a situação-demanda)

____________________________________________________________________________________________________________________________________________

Capacidades, interesses (O que sabe? Do que gosta?)

 

Coisas que ele gosta de fazer, participar, falar

O que ele já sabe/Em que ele se destaca

Aqui, citar coisas de escola e fora da escola

- Evidenciar o que o aprendente já sabe do que é previsto para ele aprender no ano escolar em que está (o que já sabe em Matemática, Ciências...)

- Na sala de aula, termina logo as atividades propostas pelo professor? Se sim, fica ocioso, com repercussão negativa (desmotivação, raiva...)?

 

_____________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

Necessidades (O que aprender e ensinar?)

Dificuldades que têm encontrado nele (na escola e fora da escola)

- A partir do que o aprendente já sabe do que é previsto para ele aprender no ano escolar em que está (o que já sabe em Matemática, Ciências...), que caminho adotar?

-- Compactar conteúdo? Se sim, qual(quais)?

-- Aprofundar/aumentar o nível de dificuldade? Se sim, em que área do conhecimento, em que saberes?

-- Avançar para outro(s) saber(es)? Se sim, para qual(is)?

--- Contar com a BNCC como referencial

-- Precisa de atividades de cunho complementar? Se sim, qual(is)?

-- Precisa de atividades de cunho suplementar? Se sim, qual(is)?

____________________________________________________________________________________________________________________________________________

 

***

 

Metas, prazos, recursos/estratégias, profissionais envolvidos

Metas

Em ordem de prioridade

Prazos e duração de horário

Estratégias

Recursos utilizados

Profissionais envolvidos

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Resultados obtidos. Avaliação do PEI (O que deu certo? Como foi a vivência? Que dificuldades foram encontradas? Apareceram novas demandas? Que lições ficaram?).

_______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 

***

Informações solicitadas

a)      Perfil da criança/do adolescente: características de preferências, modos pelos quais gosta de aprender, comportamento (se é extrovertido/a ou não, organizado/a ou não, se obedece a normas ou não...)

b)      Aptidões, interesses da criança/do adolescente.

c)      Capacidades que você vê na criança/no adolescente.

d)      Dificuldades que você vê na criança/no adolescente.

e)      Consideração(ões) que considere importante trazer.

f)       Que ações, atividades você sugere para a escola no atendimento dele(dela).

3º Contar com informações de professores da criança/do adolescente (da escola onde ele/ela estuda)

Como pedir essas informações

Para a construção do Plano Educacional Individualizado (PEI) de XXXXXXXXXXXXXXXXX – Condição de altas habilidades/superdotação (ahsd)

Prezado(a), cumprimentos!

O Colégio _____________________, com esperança, vem solicitar sua valiosa contribuição para a construção do plano educacional individualizado (PEI) do aprendente XXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXXX, pelo atendimento de suas necessidades educacionais especiais, no âmbito das altas habilidades/superdotação (ahsd).

Considerando que o plano educacional individualizado (PEI) é um documento produto de colaboração conjunta, cujo um dos maiores objetivos é compreender melhor o aprendente em seu perfil, aptidões, capacidades, dificuldades e necessidades;

Considerando que se faz necessário um olhar o mais possível minucioso sobre o aprendente e seu processo de aprendizagem;

E considerando as relações específicas do aprendente com diferentes sujeitos que convivem com ele e que podem dar importantes contribuições para a construção do PEI, pede-se a Vossa Senhoria:

a)      Perfil pessoal e acadêmico de _______________________________________.

b)      Como é a participação de __________________________ em suas aulas?

c)      Como ____________________________ se sente nesse ambiente de convivência/aprendizagem?

d)      O que _________________________ gosta de fazer nesse ambiente: Que interesses revela?

e)      Aspectos positivos de ____________________________ em suas aulas.

f)       Seu relacionamento interpessoal com ele.

g)      Como _____________________________ se relaciona com os colegas.

h)      Dificuldades encontradas junto a ______________________, nos âmbitos pessoal e acadêmico/na aprendizagem

i)       Fatos marcantes, positivos e negativos, na relação de ___________________ com o processo de aprendizagem, com professor, com colegas

j)       Perfil da criança/do adolescente: características de preferências, modos pelos quais gosta de aprender, comportamento (se é extrovertido/a ou não, organizado/a ou não, se obedece a normas ou não...)

k)      Aptidões, interesses da criança/do adolescente.

l)       Capacidades que você vê na criança/no adolescente.

m)   Dificuldades que você vê na criança/no adolescente

n)      Consideração(ões) que considere importante trazer.

 4º Consultar outras pessoas que convivem com a criança/com o adolescente e que podem dar contribuição relevante para o PEI

Para outras pessoas que participam da construção do PEI e que não são professores do aprendente

- Exemplos: Pastor de igreja, padre, professor(a) de reforço, treinador de artes marciais, porteiro, zelador de condomínio, vizinho, parente...

1.         Quem são essas pessoas (nominá-las, na forma como o aprendente as conhece, para reconhecer e valorizar na análise o vínculo do aprendente com elas).

2.         Qual sua função na escola (se trabalha nela).

3.         Com que frequência vê a criança/o adolescente, interage com ela/ele.

4.         O que você mais admira no aprendente?

5.         Como vocês se conheceram?

6.         O que vocês fazem quando estão juntos?

7.         O que fazem é proposta do aprendente? Com que frequência ele propõe?

8.         Como é o comportamento dele quando vocês estão juntos? (comportamento corporal, temperamental, emocional).

9.         Sobre o que vocês conversam? É sempre ele quem traz os assuntos?

10. Perfil da criança/do adolescente: características de preferências, modos pelos quais gosta de aprender, comportamento (se é extrovertido/a ou não, organizado/a ou não, se obedece a normas ou não...)

11. Aptidões, interesses da criança/do adolescente.

12.Capacidades que você vê na criança/no adolescente.

13.Dificuldades que você vê na criança/no adolescente

14.Consideração(ões) que considere importante trazer.

15.       Pode trazer o que você acha importante sabermos sobre o aprendente, para ajudá-lo(a) em seu bem-estar e desenvolvimento, não só na escola, mas pessoal também.

 

 5º Consultar a criança/o adolescente (Com sensatez, para que não haja a ideia de que a criança/o adolescente está construindo um conjunto de regras a serem impostas à escola, num comportamento negativo de superioridade)

 

01.  O que você acha da escola? Por quê?

02.  O que você gosta de fazer lá? Por quê?

03.  Do que você não gosta na escola? Por quê?

04.  O que você gostaria de fazer na escola?

 

 

II – Redação do PEI

 

PLANO EDUCACIONAL INDIVIDUALIZADO (PEI)

Antonio Áthyllas Lopes de Oliveira

Psicopedagogo


 

Nome do aluno:                      

Idade:                         Série:                               Turno:  

Data do planejamento:                                   

Período de sua vivência:

Responsáveis pela elaboração:              

Contextualização do Plano Educacional Individualizado (O perfil do aprendente, breve histórico de seu processo de aprendizagem e a situação-demanda)

Escola, veja o modelo a seguir:

 

Antonio Áthyllas é perspicaz, realiza muito rápido as atividades em sala de aula. Revelou intensa aprendizagem desde cedo, com aquisição da fala em período não esperado pela família. Desde os 03 anos, prefere livros e o uso da internet para pesquisar países em mapas, suas bandeiras, informações e curiosidades relativas; a língua russa compartilha de alto nível de interesse pelo aprendente, chegando a utilizar já 07 cadernos específicos para desenhar letras do alfabeto cirílico e escrever frases. Na educação infantil, gostava de levar novidades às professoras, falando assuntos incomuns para a idade, como sobre países (localização, características, língua, moeda, fatos históricos, curiosidades).

Mostra-se proativo, intenso e independente na busca de aprender e fazer coisas de seu interesse, mas com dificuldades de organização.

No âmbito comportamental-emocional, Áthyllas é uma criança muito afetuosa, mas com dificuldade de brincar com outras crianças de sua idade, na escola e fora dela. Tem tido significativas dificuldades em sua socialização, não interagindo muito com colegas de sala, até mesmo na hora do recreio, preferindo ir para a biblioteca da escola. Revela-se bastante sensível, preferindo ficar em muito só. Ultimamente, tem-se mostrado especialmente frustrado e desmotivado, não querendo realizar atividades em sala de aula e tarefas escolares no livro didático e no caderno. Vem dizendo que não quer ir mais para a escola. 

 Capacidades, interesses (O que sabe? Do que gosta?)

 

Coisas que ele gosta de fazer, participar, falar

O que ele já sabe/Em que ele se destaca

Aqui, citar coisas de escola e fora da escola

- Evidenciar o que o aprendente já sabe do que é previsto para ele aprender no ano escolar em que está (o que já sabe em Matemática, Ciências...)

 

- Escola, essa parte é escrita com o que foi coletado junto a família, professor, outras pessoas.

- Veja o modelo a seguir.

O aprendente já está alfabetizado, com leitura fluente e consciência da escrita ortográfica. Tem enorme aptidão por pesquisar países em mapas, características suas, como bandeira, língua e moeda. Outro enorme interesse seu é a língua russa, ao que dedica horas assistindo a vídeos e pesquisando sobre, escrevendo espontaneamente palavras e frases. 

Olha a dica!

- Deve-se indicar se o aprendente prefere a companhia de pessoas mais velhas ou mais novas; se gosta de momentos em família (...), com que parentes se dá melhor, a faixa etária desses parentes e por que se dão bem, especificando-os. Assim, poderemos compreender melhor o que faz bem ao aprendente, permitindo-nos uma propositura mais assertiva de estratégias, ações em seu atendimento educacional.

Necessidades (O que aprender e ensinar?)

Dificuldades que têm encontrado nele (na escola e fora da escola)

- A partir do que o aprendente já sabe do que é previsto para ele aprender no ano escolar em que está (o que já sabe em Matemática, Ciências...), que caminho adotar?

-- Compactar conteúdo? Se sim, qual(quais)?

-- Aprofundar/aumentar o nível de dificuldade? Se sim, em que área do conhecimento, em que saberes?

-- Avançar para outro(s) saber(es)? Se sim, para qual(is)?

--- Contar com a BNCC como referencial

-- Precisa de atividades de cunho complementar? Se sim, qual(is)?

-- Precisa de atividades de cunho suplementar? Se sim, qual(is)?

Importante! As dificuldades, necessidades não se referem aqui apenas a conteúdos escolares tradicionais! Esse olhar para além da dimensão dos conteúdos escolares tradicionais será muito contributivo!

- Escola, essa parte é escrita com o que foi coletado junto a família, professor, outras pessoas.

- Veja o modelo a seguir:

O aprendente tem mostrado dificuldades significativas em sua regulação emocional, com traços de hipersensibilidade. Mostra-se desinteressado pela escrita. Mesmo tendo consciência ortográfica, erra com frequência a escrita de palavras. Mostra-se desorganizado, tanto com materiais de uso pessoal quanto escolares. Não tem copiado a agenda da sala de aula, deixando de realizar tarefas e trabalhos, prejudicando-se em notas. Precisa de auxílio para o desenvolvimento de sua socialização. Precisa encontrar na escola um ambiente de acolhimento, desenvolvimento, nos âmbitos pessoal e acadêmico.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), importante referencial para organização da educação nacional, indica, paras as séries iniciais, onde se encontra a 1ª série do Ensino Fundamental, competências em diferentes áreas do conhecimento, com vistas à vivência enriquecedora e significativa da aprendizagem (vide, em especial, a pág. 94 da BNCC). Com esse referencial, temos clareza, damos organização e linearidade ao processo educativo. Sem ele, o processo de aprendizagem poderia em muito ficar “solto”, perdendo potencial de qualidade, e, em dados casos, até mesmo ser danificado.

Analisando a BNCC e sabendo-se o que o aprendente já demonstra ter dominado, eis as necessidades mais imediatas:

- Uso da variedade-padrão;

- Produção textual, com reconhecimento do público-alvo;

- Diversificação de meios de realização de atividades, não se restringindo ao caderno nem ao livro didático;

- Favorecimento da socialização.

- Valorização da prática de pesquisa, ao que se associa o senso e a prática de organização, necessidade do aprendente.

 

Importante!!!

 

Não adianta trazer aqui todas as competências, objetivos de aprendizagem que são esperados para a criança ao longo de todo o Ensino Fundamental! Só tumultuaria, tornaria difuso, muito pesado, cansativo, danoso e inalcançável o percurso de atendimento à criança superdotada.

Vamos por etapa! Lembremo-nos de que o PEI deve ser (re)feito continuamente, ao longo do processo de aprendizagem. Assim, poderemos ir acompanhando aptidões, capacidades, dificuldades, necessidades ao longo do tempo. Essa criança pode vir a mudar de aptidões, novas capacidades podem ser verificadas, necessidades podem surgir... Conhecendo melhor, poderemos ajudar melhor essa criança.

***

Para essa parte, convém trazer Fleith (2007, p. 78)¹:

 

“Com relação às atividades de enriquecimento, por exemplo, devemos evitar a sobreposição de conteúdos que serão ensinados em séries posteriores, caso contrário, estaremos apenas adiando o problema do desinteresse e da falta de motivação destes alunos. Não podemos, também, sobrecarregar a criança apenas com um grande volume

de tarefas, pois assim ela estaria sendo penalizada por suas altas habilidades”

- Quem vai nos ajudar a lembrar disso, a ficar devidamente atentos a isso? O PEI!

 ***

¹ A Construção de Práticas Educacionais para Alunos com Altas Habilidades/ Superdotação, Volume 1: Orientação a Professores. Organização: Denise de Souza Fleith. Ministério da Educação Secretaria de Educação Especial. MEC, 2007.

 

Metas, prazos, recursos/estratégias, profissionais envolvidos

Metas

Em ordem de prioridade

Prazos e duração de horário

Estratégias

Recursos utilizados

Profissionais envolvidos

Aceleração escolar gradual, feita, inicialmente, nos componentes curriculares de Português e Matemática, no mês de fevereiro. Havendo adaptação sem intercorrências nos conteúdos e na dimensão emocional/socialização, o aluno passa por aceleração total.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Resultados obtidos. Avaliação do PEI (O que deu certo? Como foi a vivência? Que dificuldades foram encontradas? Apareceram novas demandas? Que lições ficaram?).

______________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________

 

***

PEI produzido pelo profissional, apresenta-se proposta para análise, alteração, aprimoramento, na ordem que segue:

1.      À família requerente e a outro(s) profissional(is) que atende(m) o aprendente

2. Ao aprendente.

3. À escola

***

No caso de haver alterações, aprimoramento, apresentar a nova proposta, para que se chegue a um consenso.

***

Importante! Com o pedagogo ou psicopedagogo ou neuropsicopedagogo ou professor especializado em educação especial coordenando a construção do PEI, tem-se clareza, organização, sensatez, não ficando um mero tumulto de informações e objetivos, mas dotando-os de significação, foco, qualidade.


 

Ipu (CE), 11 de novembro de 2023

 

Exercitando

 

 

Elaboração de um Plano Educacional Individualizado

Psicopedagogo Antonio Áthyllas Lopes de Oliveira

 

*Caso (fictício)

Antonio Áthyllas, 09 anos, tem altas habilidades, com especial destaque nas disciplinas de Matemática e História. Tem boas notas nas provas. Não gosta muito de atividades que envolvam a escrita. Tem dificuldade em organizar ideias e materiais de uso pessoal e de uso escolar. Gosta de ter ideias, criar possibilidades, mas o fato de não gostar de escrever, ter dificuldade em organizar, não ter caligrafia como a escola quer têm impactado o mesmo. Aprende num ritmo rápido e tem uma quantidade bem significativa de saberes, alguns incomuns para sua idade. Afirma compreender rápido boa parte das explicações dos professores, sentindo-se num ritmo lento de atividades em sala e num ambiente sem estímulo às suas capacidades. Sua socialização é muito pouca, por falta de pares de interesse e por ser visto como "superior" e "excêntrico". Vem demonstrando desinteresse crescente pela escola. Gosta...

- De realizar atividades de Matemática e pesquisas em História por conta própria.

- De produzir materiais, tais como objetos de cunho histórico e slides informativos.

*Diretrizes iniciais, por um caminho sem pressa...

- Sem aceleração, de pronto.

- Adaptações e atividades, ações na escola, no horário regular.

- Atividades, ações no contraturno e/ou em sábados, na forma de atividades, ações complementares e atividades, ações suplementares

 

  

MODELO DE PLANO EDUCACIONAL INDIVIDUALIZADO (PEI)

Antonio Áthyllas Lopes de Oliveira

Psicopedagogo


 

Nome do aluno: Antonio Áthyllas Lopes de Oliveira.

Idade: 09 anos. Série: 4ª série do Ensino Fundamental. Turno: Manhã.

Data do planejamento: 05/02/2023.    

Período de sua vivência: 10/02/2023 a 10/04/2023 (Um prazo longo demais dificulta o acompanhamento em detalhe dos interesses, capacidades, dificuldades e necessidades de Áthyllas, comprometendo, assim, um atendimento qualitativo às suas necessidades).

Responsáveis pela elaboração: Setor Psicopedagógico da Escola, na pessoa do psicopedagogo Lopes Aprendizagem, Coordenação Pedagógica da escola, professores titular e auxiliar da 4ª série do Ensino Fundamental, psicólogo Dr. Antonio Morais, professora de reforço escolar Mariana Oliveira, pais do aprendente, e o próprio. A produção deste plano é coordenada pelo psicopedagogo Lopes Aprendizagem.

Contextualização do Plano Educacional Individualizado (O perfil do aprendente, breve histórico de seu processo de aprendizagem e a situação-demanda)

Antonio Áthyllas é perspicaz, realiza muito rápido as atividades em sala de aula. Revelou intensa aprendizagem desde cedo, com aquisição da fala em período não esperado pela família. Desde os 03 anos, revela alto interesse por números, cálculos e por assuntos relacionados à História. Gosta muito de pesquisar em livros e na internet, bem como de aprender Matemática com vídeos no Youtube e realizando contas em lousa própria e cadernos, cotidianamente. 

Mostra-se proativo, intenso e independente na busca de aprender e fazer coisas de seu interesse, mas com dificuldades de organização.

No âmbito comportamental-emocional, Áthyllas é uma criança muito afetuosa, mas com dificuldade de brincar com outras crianças de sua idade, na escola e fora dela. Tem tido significativas dificuldades em sua socialização, não interagindo muito com colegas de sala, até mesmo na hora do recreio, preferindo ir para a biblioteca da escola. Revela-se bastante sensível, preferindo ficar em muito só. Ultimamente, tem-se mostrado especialmente frustrado e desmotivado, não querendo realizar atividades em sala de aula e tarefas escolares no livro didático e no caderno. Vem dizendo que não quer ir mais para a escola. 

  

Capacidades, interesses (O que sabe? Do que gosta?)

 

Coisas que ele gosta de fazer, participar, falar

O que ele já sabe/Em que ele se destaca

Aqui, citar coisas de escola e fora da escola

- Evidenciar o que o aprendente já sabe do que é previsto para ele aprender no ano escolar em que está (o que já sabe em Matemática, Ciências...)

- Na sala de aula, termina logo as atividades propostas pelo professor? Se sim, fica ocioso, com repercussão negativa (desmotivação, raiva...)?

 

Interesse especial por Matemática e História; aprende rápido, tem boas notas; gosta de fazer pesquisas por conta própria; gosta de produzir material, sem a escola pedir; afetuoso; sensível; preferência por conversar com pessoas mais velhas. 

- Deve-se indicar se o aprendente prefere a companhia de pessoas mais velhas ou mais novas; se gosta de momentos em família (...), com que parentes se dá melhor, a faixa etária desses parentes e por que se dão bem, especificando-os. Assim, poderemos compreender melhor o que faz bem ao aprendente, permitindo-nos uma propositura mais assertiva de estratégias, ações em seu atendimento educacional.

Necessidades (O que aprender e ensinar?)

Dificuldades que têm encontrado nele (na escola e fora da escola)

- A partir do que o aprendente já sabe do que é previsto para ele aprender no ano escolar em que está (o que já sabe em Matemática, Ciências...), que caminho adotar?

-- Compactar conteúdo? Se sim, qual(quais)?

-- Aprofundar/aumentar o nível de dificuldade? Se sim, em que área do conhecimento, em que saberes?

-- Avançar para outro(s) saber(es)? Se sim, para qual(is)?

--- Contar com a BNCC como referencial

-- Precisa de atividades de cunho complementar? Se sim, qual(is)?

-- Precisa de atividades de cunho suplementar? Se sim, qual(is)?

Importante! As dificuldades, necessidades não se referem aqui apenas a conteúdos escolares tradicionais! Esse olhar para além da dimensão dos conteúdos escolares tradicionais será muito contributivo!

O aprendente tem mostrado dificuldades significativas em sua regulação emocional, com traços de hipersensibilidade. Mostra-se desinteressado pela escrita. Mesmo tendo consciência ortográfica, erra com frequência a escrita de palavras. Mostra-se desorganizado, tanto com materiais de uso pessoal quanto escolares. Não tem copiado a agenda da sala de aula, deixando de realizar tarefas e trabalhos, prejudicando-se em notas. Precisa de auxílio para o desenvolvimento de sua socialização. Precisa encontrar na escola um ambiente de acolhimento, desenvolvimento, nos âmbitos pessoal e acadêmico.

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), importante referencial para organização da educação nacional, indica, paras as séries iniciais, onde se encontra a 3ª série do Ensino Fundamental, competências em diferentes áreas do conhecimento, com vistas à vivência enriquecedora e significativa da aprendizagem (vide, em especial, a pág. 94 da BNCC). Com esse referencial, temos clareza, damos organização e linearidade ao processo educativo. Sem ele, o processo de aprendizagem poderia em muito ficar “solto”, perdendo potencial de qualidade, e, em dados casos, até mesmo ser danificado.

Analisando a BNCC e sabendo-se o que o aprendente já demonstra ter dominado, eis as necessidades mais imediatas:

- Uso da variedade-padrão;

- Produção textual, com reconhecimento do público-alvo;

- Diversificação de meios de realização de atividades, não se restringindo ao caderno nem ao livro didático;

- Favorecimento da socialização.

- Valorização da prática de pesquisa, ao que se associa o senso e a prática de organização, necessidade do aprendente.

 

Importante!!!

 

Não adianta trazer aqui todas as competências, objetivos de aprendizagem que são esperados para a criança ao longo de todo o Ensino Fundamental! Só tumultuaria, tornaria difuso, muito pesado, cansativo, danoso e inalcançável o percurso de atendimento à criança superdotada.

Vamos por etapa! Lembremo-nos de que o PEI deve ser (re)feito continuamente, ao longo do processo de aprendizagem. Assim, poderemos ir acompanhando aptidões, capacidades, dificuldades, necessidades ao longo do tempo. Essa criança pode vir a mudar de aptidões, novas capacidades podem ser verificadas, necessidades podem surgir... Conhecendo melhor, poderemos ajudar melhor essa criança.

 ***

Para essa parte, convém trazer Fleith (2007, p. 78):

 

“Com relação às atividades de enriquecimento, por exemplo, devemos evitar a sobreposição de conteúdos que serão ensinados em séries posteriores, caso contrário, estaremos apenas adiando o problema do desinteresse e da falta de motivação destes alunos. Não podemos, também, sobrecarregar a criança apenas com um grande volume

de tarefas, pois assim ela estaria sendo penalizada por suas altas habilidades”

 

- Quem vai nos ajudar a lembrar disso, a ficar devidamente atentos a isso? O PEI!

***

Metas, prazos, recursos/estratégias, profissionais envolvidos

 

Neste modelo, parte das sugestões nasceu em encontro online gratuito com mães e profissionais, vislumbrando possibilidades, aprendendo, para contribuir com o universo das altas habilidades/superdotação

 

Metas

Em ordem de prioridade

Prazos e duração de horário

Estratégias

Recursos utilizados

Profissionais envolvidos

Trabalhar a organização de suas ideias para escrevê-las.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Visita a museus, centros histórico-culturais para o aluno fazer resenha sobre suas visitas

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Realizar pesquisas gravadas com adultos (exemplo: sobre a história do bairro)

 

 

20/02/2023 a 20/03/2023, no contraturno, 03 vezes por semana, por 01 hora, na escola. 

 

Propor a ele que construa uma linha histórica cronológica de um tema de seu interesse.

- Planejamento escrito e depois  apresentação visual.

 

Dependendo de onde ele chegar com esse trabalho, propor se ele gostaria de levar para o jornalzinho da escola ou apresentar para anos distintos. Além disso, fazer apresentação para séries distintas.

- Bem-estar pessoal.

- Valorização da escrita.

- Trabalhar sua expressividade verbal, com destaque para a oralidade (ritmo e entonação, fluência).

- Socialização.

 

 

O aluno faz visita, entrevista (...), descreve o que viu e o que sentiu, sem, inicialmente, ser de forma extensa (o importante é trazê-lo para o mundo da escrita, depois, avancemos...)

- Com esse material, podem ser feitos posts para o perfil da escola em redes sociais (e trabalha-se, novamente, a utilização de recursos digitais).

 

 

Planejar perguntas, utilizar o digital.

- Pedir a ele para transcrever as falas dos adultos que ele gravou. Organizando entre perguntas e respostas com identificação de idade, sexo, ocultar o nome colocando nome fictício ou somente iniciais...

 Folha de caderno ou folha A4 ou outra folha (não impor material).

- Caneta, lápis, pincel.

- Computador, tablet, celular.

- Prancheta (como um estímulo para o aprendente).

- Crachá com seu nome para quando for visitar outros alunos (valorizar a escrita).

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Prancheta, crachá (para valorizar a escrita), gravador, celular para fotografia/filmagens, caderno, folha A4

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Prancheta, crachá (para valorizar a escrita), gravador, celular para fotografia/filmagens, caderno, folha A4

 

 

Professora titular, psicopedagogo e responsável pela biblioteca da escola.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Professora titular, psicopedagogo e responsável pela biblioteca da escola.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Professora titular, psicopedagogo e responsável pela biblioteca da escola.

 

Fazer da aptidão pela língua russa ponto de partida para a escrita em português e para a socialização.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Propor a Áthyllas que planeje e leve atividades lúdicas em Matemática para seus colegas brincarem.

 

 

 

Propor a Áthyllas que convide a turma para um piquenique cultural, preparado com auxílio docente: cada aluno levará um item, e, junto a cada um, haverá uma plaquinha com o nome do alimento em russo e em português. Tem-se a valorização da aptidão do aprendente, prática de escrita e organização, e socialização.

 

 

 

I – Áthyllas escolhe atividades. Interagir com adulto que o acompanha (pais, psicopedagogo, neuropsicopedagogo, professor...).

II – Áthyllas, com ajuda, planeja:

a)      o que levar

b)      materiais necessários

c)      duração

d)      “regras do jogo”

III – Execução.

 - Folhas A4 para impressão dos cartões, toalha para piquenique, guardanapos, copos descartáveis.

Professora titular, psicopedagogo e família do aprendente.

 

Resultados obtidos. Avaliação do PEI (O que deu certo? Como foi a vivência? Que dificuldades foram encontradas? Apareceram novas demandas? Que lições ficaram?).

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